Domingo, 11 de Fevereiro de 2007

' Os desgostos me vão levando ao rio ' - A Vida de Camões

A Biografia de Luís Vaz de Camões está cheia de incertezas. Há poucas provas escritas e, as que existem são muito contraditórias. Aqui ficam as datas que achamos mais correctas.

Luís de Camões1524/1525
Nasce Luís Vaz de Camões, em Lisboa ou Coimbra, filho de Simão Vaz de Camões e  Ana de Sá Macedo, família fidalga mas pobre, que havia chegado a Portugal já no tempo de D. Fernando.

Esta data é apoiada por documentos tornados públicos por Faria e Sousa que referem a inscrição de Camões na lista de embarque para o Oriente. Esse documento datado de 1550, indica que a idade de Luís de Camões tem 25 anos.

1534
Camões é matriculado num dos colégios do Convento de Santa Cruz em Coimbra, onde estudou Artes.

1537
Com a Universidade de volta à cidade de Coimbra, Camões inscreve-se no curso de Teologia. A Universidade tinha como chanceller o seu tio, D. Bento de Camões, que pertencia à Ordem de Santa Cruz. A sua vida estudantil não era motivo de alegria para seu D. Bento, que gostava de ver o sobrinho optar por uma vida religiosa: Camões não mostrava qualquer intenção disso e muitas damas faziam parte do seu dia-a-dia.

1541
Depois de conseguir ser dispensado do curso de Teologia, Camões passa a estudar Filosofia. Por essa altura, já o seu talento para a poesia se mostrava, nomeadamente quando escreveu uma elegia,um poema de cariz triste, em tom de lamentação pelo falecimento de um alguém importante, que no caso, foi Jesus Cristo. Essa elegia foi oferecida ao seu tio, que ficou muito agradado com a oferta.

1544
Com cerca de 20 anos, encontra-se pela primeira vez com D. Catarina de Ataíde, na Igreja da Santa Cruz, em Coimbra, durante os festejos da Semana Santa: seria ela a eterna dona do seu coração. D. Catarina de Ataíde era dama da rainha D. Catarina, filha de D. António de Lima, mordomo-mor do infante D. Duarte, pelo que estava ligada à mais alta nobreza de Portugal.
No mesmo ano, Luís de Camões envolveu-se numa rixa e acabou detido. Seguiram-se protestos dos estudantes e, com a sua influência, D. Bento, seu tio, conseguiu que ele fosse libertado, no entanto, acabou desterrado para Lisboa por um ano. Em Lisboa, juntou-se à Corte poética da infanta D. Maria. Lá, conviveu com muitos poetas do seu tempo, alguns dos quais o invejavam.

1545
A sua vida boémia foi alvo de críticas e muitas intrigas, pelo que foi para o Alentejo, talvez por sua própria opção.

1547
Ingressa o exército português e vai para Ceuta. Cumpre em África serviço militar por dois anos e é lá que perde o seu olho direito.

1549
Regresso a Lisboa

1550
Camões decide ir para o Oriente e chega mesmo a alistar-se, mas a saúde e situação económica da mãe, agora viúva, fazem-no ficar em Portugal.

1552
Camões envolve-se num conflito, acabando por ferir Gonçalo Borges, moço dos arreios de D. João III, acabando preso na cadeia do Tronco da Cidade.

1553
A 7 de Março é libertado, por perdão de Gonçalo Borges e do Rei, visto que o primeiro conseguiu recuperar e o segundo concordou em perdoá-lo pois, pouco mais de duas semanas depois, Luís Vaz de Camões embarcaria para a Índia ao seu serviço. Com ele, Camões leva o manuscrito d'Os Lusíadas' que já havia começado a escrever. Em Setembro do mesmo ano, chegou a Goa, na Índia, onde ficou instalado nos tempos seguintes, participando em expedições militares.

1555
Apresenta em público o "Auto de Filodemo" na cerimónia da investidura do novo vice-rei da Índia, Francisco Barreto.

1556
Parte para Macau para desempenhar as funções de provedor-mor dos defuntos e ausentes. Enquanto lá viveu, alojou-se numa gruta nas redondezas da cidade, onde continuou a escrever os Lusíadas.

1558
As intrigas voltam a dar problemas a Camões. Neste ano, é mandado prender, tendo, por isso, de voltar a Goa. No regresso, o navio no qual viajava naufragou na foz do rio Mekong. Luís de Camões salvou-se a nado, segurando na sua mão o manuscrito d'Os Lusíadas' e deixando todos os seus outros pertences para trás. Quando chega a Goa, é de imediato preso. É na prisão que recebe a notícia da morte de D. Catarina de Ataíde, em 1556.

Até à data de regresso a Portugal, Camões esteve ainda outra vez detido por dívidas, mas conseguiu sempre ser libertado.

1569
Chega a Lisboa, depois de uma viagem atribulada em que sobreviveu miseravelmente em Moçambique e só com a ajuda de amigos conseguiu chegar à "Ocidental praia Lusitana" onde encontra a sua mãe muito velha e muito pobre.

1571
Camões consegue permissão para publicar "Os Lusíadas".

1572
O poema épico "Os Lusíadas" é publicado em Julho e é atribuída a Camões, seu autor uma tença de 15 mil réis durante três anos.

1575
A sua tença é renovada, no entanto, Camões vive os seus últimos anos de forma miserável, pois é grande gastador de dinheiro. Assim, vive o resto da sua vida na miséria.

1580
Tendo como única companhia a mãe, já bastante idosa e o escravo que o havia acompanhado desde a sua passagem pelo Oriente, Camões perece na sua residência a 10 de Julho.

1582
A sua tença é atribuída à mãe, ainda viva, mas muito pobre.

1587
As comédias "El-rei Seleuco", "Anphitriões" e "Filodemo" são publicadas postumamente.

1895
"Rimas", outra obra de Camões é publicada.


Durante a sua vida, escreveu um grande número de poemas. Quase todo o conjunto desses poemas foi publicado depois da sua morte: dezenas de sonetos, canções, elegias, odes, entre outros estilos poéticos.

 

FONTES:

ACLC. Biografia de Luís Vaz de Camões. Acedido em 11 de Fevereiro de 2007. AC Luís de Camões, http://aclc.com.sapo.pt/biografia.htm

AMARAL, Manuel. Camões (Luís Vaz de). Acedido em 09 de Fevereiro de 2007. O Portal da História, http://www.arqnet.pt/dicionario/camoesluisvaz.html

GAIO, Tiago. Biografia do Autor. Acedido em 08 de Fevereiro de 2007. Os Lusíadas, http://oslusiadas.no.sapo.pt/biografia.html

MARIA, Manuel. Luís de Camões - Esboço Biográfico. Acedido em 10 de Fevereiro de 2007. Farol das Letras, http://faroldasletras.no.sapo.pt/camoes_biografia_indice.htm

Feeling do Clã:
publicado por lusiadas às 22:53

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